sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Professor Jucélio (Faíska) pegando sua corda de Professor definitiva
13:26 |
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Caio Pereira
Batizado na Meruoca Prof. Faíska (Jucelio) jogando com Ivo (Meruoca) e C.M Marcelo (Conquistador)
13:10 |
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Caio Pereira
quinta-feira, 29 de julho de 2010
A Capoeira em Massapê
18:26 |
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Caio Pereira
Praticante da arte da capoeira, o prof. Jucelio Carlos Rodrigues interessado em uma jovem massapeense começou a visitar frequentemente essa cidade, na qual, em uma dessas visitas havia uma apresentação de capoeira na Escola
Adauto Bezerra com um grupo de Sobral onde ele participará, chamando a atenção da população que assistia com seus saltos e movimentos encantadores.
Daí então começou a morar nessa cidade e logo foi chamado para ensinar essa Cultura Brasileira criada pelos escravos.
No dia 17 de abril de 1999 deu sua primeira aula no anexo da Escola Mons. Henriques que ficava no Educandário Nossa Senhora do Carmo, dando início uma história de muita dedicação, compromisso e responsabilidade com a prática da capoeira e colocando assim a mesma, na história de Massapê.
Hoje com o Instituto Cultural Berimbau Hê, se qualificou nesse esporte adquirindo a graduação de Prof. Qualificado e dando segmento em seu trabalho com muita organização, ética e disciplina
terça-feira, 22 de junho de 2010
Cadastro Nacional da Capoeira
11:41 |
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Caio Pereira
Fichas de Cadastro
cadastro Nacional da Capoeira já está sendo implementado através de fichas que podem ser encontradas abaixo, nas Superintendências Estaduais do IPHAN ou nos seguintes sites:O cadastro tem caráter preliminar, com o objetivo de mapear o universo da capoeira, identificando mestres, professores, instrutores, grupos, pesquisadores, instituições de pesquisa e entidades que agregam grupos de capoeira. Esta é uma iniciativa do Grupo de Trabalho Pró-Capoeira-GTPC, formado pelo IPHAN, Secretaria da Identidade e Diversidade Cultura, Secretaria de Políticas Culturais e Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura. Atualmente o GTPC está estruturando as bases do Programa Nacional de Salvaguarda e Incentivo à Capoeira (Pró-Capoeira), com o propósito de, em 2010, implementar uma base de dados pública que será construída a partir desse cadastro, além de lançar editais de apoio à capoeira e realizar encontros em todo o Brasil. A finalidade dos encontros é formular, de modo participativo, uma ampla e abrangente política pública voltada para salvaguarda da capoeira. Sua proposta contribuirá para a definição das linhas de ação e dos critérios de prioridade desta política.
Contato para maiores informações: capoeira@cultura.gov.br .
capoeira@cultura.gov.br
Fichas de Cadastro
- Se você ensina capoeira clique aqui;
- Se você quer cadastrar um grupo de capoeira clique aqui;
- Se você quer cadastrar uma entidade que agrega grupos de capoeira clique aqui;
- Se você é pesquisador de capoeira clique aqui;
- Se você quer cadastrar uma instituição de pesquisa sobre capoeira clique aqui.
DIVULGAÇAO NA VOZ DO BRASIL -GRAVAÇAO RATOERA10/02/2010
DOWNLOAD DO AUDIO AQUI
FONTE www.cultura.gov.br
terça-feira, 1 de junho de 2010
Os movimentos da capoeira
12:58 |
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Caio Pereira
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Berimbau Ecológico
19:45 |
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Caio Pereira
Um novo berimbau
No princípio, há cerca de 20 mil ou 15 mil anos atrás, surgiu o arco, criado originalmente para a caça. A partir dele se desenvolveu o arco musical (há quem acredite que o caminho tenha sido o inverso) e, do arco musical, derivaram vários instrumentos, entre eles o Berimbau.
Na forma como conhecemos, o Berimbau teria nascido na África e trazido ao Brasil pelos escravos africanos. Não tendo sofrido alterações significativas em suas características, é considerado um dos instrumentos musicais mais primitivos encontrados nos dias de hoje.
Na forma como conhecemos, o Berimbau teria nascido na África e trazido ao Brasil pelos escravos africanos. Não tendo sofrido alterações significativas em suas características, é considerado um dos instrumentos musicais mais primitivos encontrados nos dias de hoje.
Berimbau Ecológico
A novidade é que agora houve uma alteração mais significativa, que deu origem ao Berimbau Ecológico. Como sugere o nome, o instrumento é feito com madeira ecologicamente correta, reciclada e certificada.
Para que o resultado fosse realmente satisfatório, a mudança foi além de uma simples troca de madeira. A haste já tem curvatura adequada, a fixação da cabaça é feita com um parafuso passante, e o destaque é a cravelha de afinação, que promete agradar os mais práticos e, talvez, desagradar os mais tradicionais.
A idéia é de Mestre Moreira, cuja intimidade com o berimbau e o conhecimento na fabricação de instrumentos se aliaram à consciência ecológica na busca de uma alternativa.
Se o berimbau ecológico vai conquistar as rodas, e se vai substituir o berimbau atual, só o tempo vai dizer.
FONTE:
Berimbau Ecológico
Se o berimbau ecológico vai conquistar as rodas, e se vai substituir o berimbau atual, só o tempo vai dizer.
FONTE:
Berimbau Ecológico
ZUMBI: O mestre da resistência
14:05 |
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Caio Pereira
Na língua dos negros, 'quilombo' significava povoação, capital, união; no Brasil, teve por significado local de refúgio. Os quilombos eram divididos em aldeias de nome mocambo. Seus integrantes eram chamados quilombolas, calhambolas, mocambeiros. Zumbi nasceu no quilombo de Palmares por volta de 1655. Décadas antes do seu nascimento este quilombo havia sido fundado por um grupo de escravos fugidos de um engenho no sul de Pernambuco. Localizado bem no alto de uma serra, onde estão hoje situadas partes dos Estados de Alagoas e Pernambuco, de lá era possível a visão privilegiada das imediações. Herói do povo afro-brasileiro, coube a Zumbi liderar a gente do quilombo num momento decisivo da luta contra os escravistas, empenhados em sufocar a semente da liberdade que teimava por crescer no solo brasileiro. A história daquele que seria o Zumbi começa quando um grupo de expedicionários liderados por um comandante chamado Brás da Rocha ataca Palmares, no ano de 1655, levando um recém-nascido, entre os adultos capturados. A criança foi entregue ao chefe da coluna atacante, que por sua vez resolveu fazer um presente ao padre Melo, cura de Porto Calvo. O religioso decidiu chamá-lo Francisco. O garoto aprendeu a língua latina, o português e dando mostras da inteligência. A grande batalha do chefe guerreiro Zumbi, zelando dia e noite pela segurança do seu povo e lutando para que não fosse extinto o ideal de se formarem comunidades onde conviviam negros, índios e brancos, começou ao completar quinze anos, em 1670. Nesse ano Francisco fugiu do padre Melo e voltou para Palmares. Livre desde que nasceu, deixou para trás uma vida muito diferente daquela que iria levar. Quando Francisco voltou a Palmares, o quilombo havia se transformado numa fortaleza. Segundo estudos recentes, dez mil pessoas, aproximadamente, viviam no local Eram negros fugidos, mulheres capturadas, além de índios e brancos que se escondiam da justiça colonial portuguesa. Plantava-se de tudo para o sustento da população quilombola: feijão, milho, mandioca, cana-de-açúcar, batata. E muitos desses artigos eram comercializados clandestinamente com as cidades vizinhas, pobres em gêneros alimentícios porque se dedicavam a uma única cultura: o plantio da cana-de-açúcar, base da economia de exportação predominante nessa época. O quilombo de Palmares era uma pequena África onde os negros procuravam resgatar suas raízes, inclusive abandonando os nomes recebidos dos escravistas e trocando por outros de origem africana.
À frente desse povoado estava Ganga Zumba e nas pequenas aldeias lideravam chefes locais. Ao retornar a Palmares, Francisco, com seus quinze anos, passou a ser Zumbi. Vale lembrar que o Deus principal de Camarões e do Congo é chamado Nzambi; em Angola denominavam Zambi o que morreu; e no Caribe, Zumbis são mortos-vivos, criaturas que mesmo no além jamais descansam. Em Palmares foi livremente constituída sua família - pai, irmãos, tias e tios. O principal dentre seus parentes: Ganga Zumba. Pouco depois de retornar ao quilombo, Zumbi já era chefe de um desses mocambos e defendia a região com imensa habilidade. Em 1677, um tal Fernão Carrilho, exímio caçador de negros entrou em ação. Marchando contra Palmares com seus combatentes, Carrilho conseguiu derrubar alguns chefes de mocambos e matar vários quilombolas. Neste ataque, Ganga Zumba foi ferido, mas ainda assim conseguiu fugir. Em decorrência disso, foi levado a aceitar um tratado de paz proposto pelo governador de Pernambuco em que se prometia liberdade apenas aos nascidos no Quilombo. Aos 23 anos, Zumbi rejeitou a paz dos escravistas, paz que garantia sua liberdade - pois nascera em Palmares. Desmoralizado por aceitar a proposta, Ganga Zumba viu-se diante de uma operação dos quilombolas organizados para depô-lo, sob a liderança de Zumbi, que nesse contexto tornou-se o líder maior do quilombo. Ganga Zumba desistiu de tudo, partiu para Cacaú, ao sul de Pernambuco, onde viria a morrer envenenado pouco tempo depois. Acredita-se que tenha sido morto por enviados de Zumbi. Zumbi assumiu o posto de chefe maior e reorganizou toda a estrutura de Palmares. Preparou seus homens para os combates que estavam por vir. Durante esse período, o governador de Pernambuco e a própria Coroa procuraram negociar, garantindo vida ao líder e a seus familiares, caso aceitasse a rendição. Zumbi preferiu lutar a entregar seu povo: sua dignidade não tinha preço. Os senhores de engenho não aceitavam as perdas de escravos, mercadorias muito valiosas; o governo colonial não suportava mais tanta derrota. Foi quando surgiu a idéia de contratar os bandeirantes paulistas, conhecidos por serem grandes desbravadores e verdadeiros assassinos. Na guerra contra Zumbi e o povo de Palmares o sistema escravista pretendia varrer da memória coletiva até a lembrança da existência de possibilidades reais das populações oprimidas construírem uma alternativa à estrutura social baseada na exploração do trabalho forçado. O combatente que representava os civilizados escravagistas:
Domingos Jorge Velho. Após uma primeira derrota, Domingos Jorge Velho iria travar a batalha definitiva no ano de 1694. Antes de completar 25 anos de vida, Zumbi se recusou a desistir de lutar pela liberdade sem adjetivos, concessões ou condições: combateria até o fim. Apesar de toda a violência e da selvageria dos prepostos do sistema colonial, não foi possível derrotar o símbolo do heroísmo do povo brasileiro. Após muitos anos de luta os escravistas não conseguiram submeter a alma dos resistentes. Cada guerreiro morto em defesa do direito à liberdade é um exemplo de que só existimos na plenitude quando somos livres. E morrer nessa luta significa dar a vida pela própria vida. Símbolo da resistência à dominação, Zumbi dos Palmares é referência legada tanto às gerações africanas trazidas ao Brasil quanto aos seus descendentes afro-brasileiros. Mestre na luta pela liberdade, seu vulto se confunde com o caminho para a consciência do povo brasileiro. Acompanhado de um grupo considerável de combatentes fortemente armados, Domingos Jorge Velho se lançou em direção à Cerca Real do Macaco, onde se encontravam Zumbi e todo o seu exército. Grande foi sua surpresa ao encontrar o esquema de defesa montado pelos quilombolas. Muros gigantescos de pedra e madeira formavam três fileiras, seguidas logo após por buracos camuflados com estacas pontiagudas em seu interior. Em seguida, uma outra muralha mais comprida, contava com guaritas que abrigavam atiradores. Amedrontado, Jorge Velho mandou buscar canhões de Recife e construiu, paralelamente à muralha de Zumbi, uma outra muralha. O ataque foi fatal. O grande chefe dos quilombolas foi apanhado de surpresa pelo descuido de um sentinela. Muitos morreram combatendo ou se suicidaram; outros tentaram fugir pelo lado esquerdo da Cerca Real, onde havia enorme precipício. Zumbi foi um dos que conseguiu sobreviver à matança, mas Palmares foi inteiramente destruída. Zumbi comandou seus guerreiros e venceu inúmeras batalhas empregando com talento as técnicas da guerra de guerrilhas. No combate em posição fixa encontrou o fracasso. Perdeu o domínio da Serra da Barriga, onde se estabeleceram - entre disputas e conflitos pessoais - os vencedores: bandeirantes, militares e "homens de bem" de Pernambuco e Alagoas. Só restava uma alternativa: retornar à estratégia da guerra do mato. Eram cerca de mil homens. Os guerreiros foram divididos em dois bandos e foi confiada a chefia de um dos grupos a um companheiro chamado Antônio Soares, que sofreu uma emboscada. Soares foi preso e enviado sob forte escolta para Recife.
Nesse trajeto a escolta se encontrou com uma bandeira, chefiada por André Furtado. Soares foi seqüestrado e por longo tempo sofreu violentas torturas aplicadas por seus captores: queriam que revelasse onde era o esconderijo de Zumbi. Como não obtinha êxito, Furtado mudou de tática: garantia sua vida e liberdade se cooperasse. Deu certo. Soares era da confiança de Zumbi. Foram em sua procura, e quando Zumbi se preparava para abraçar o companheiro, foi surpreendido: Soares cravou-lhe uma faca na barriga. Nos olhos de Zumbi deve ter surgido então um outro brilho: de tristeza e desencanto. Dos seis guerreiros que o acompanhavam, a fuzilaria que saía do mato ao redor derrubou cinco, de imediato. Ferido e sozinho, lutou até o último momento: matou um dos atacantes e feriu outros. Amanhecia o dia 20 de novembro de 1695. Zumbi foi esfaqueado, baleado e mutilado, tendo seu pênis decepado e enfiado em sua boca. Era um homem magro, pequeno e coxo; muito diferente da imagem construída a seu respeito. Seu corpo foi reconhecido pelo padre Antônio Melo, o mesmo que batizara o pequenino Francisco. Segundo o padre, algumas vezes Zumbi desceu a Porto Calvo para visitar seu antigo tutor e numa dessas visitas o guerreiro já estava com a perna afetada por um ferimento sofrido em combate. A violência contra Zumbi não parou aí: sua cabeça foi cortada, mergulhada em sal e mandada para Recife, com a finalidade de ser vista pelo povo que o considerava imortal. Mas isso de nada disso foi suficiente para impedir que renascesse num mito: sua coragem, sua força se tornaram eternas para os que continuaram resistindo contra a escravidão. Assim é que nos muitos quilombos que se formaram pelo Brasil nos séculos seguintes e para os que hoje relembram a sua história de luta, Zumbi permanece vivo na lição de resistência. De forma exemplar, Zumbi encarna os horrores do escravismo. Zumbi permanece vivo na lição de resistência e é - para sempre! - um cadáver insepulto, um morto vivo. Sua lembrança sobreviverá aos tempos que nos obrigam a sonhar, à historiografia oficial que insiste em ignorar sua real importância. Permanecerá como símbolo das atrocidades infindáveis do poder ilimitado, arbitrário, prepotente. Ficará, acima de tudo, como exemplo a todos que resistem à opressão e lutam por liberdade e justiça.
Texto e foto disponível em Bibliografia. www.capoarte.com.br
À frente desse povoado estava Ganga Zumba e nas pequenas aldeias lideravam chefes locais. Ao retornar a Palmares, Francisco, com seus quinze anos, passou a ser Zumbi. Vale lembrar que o Deus principal de Camarões e do Congo é chamado Nzambi; em Angola denominavam Zambi o que morreu; e no Caribe, Zumbis são mortos-vivos, criaturas que mesmo no além jamais descansam. Em Palmares foi livremente constituída sua família - pai, irmãos, tias e tios. O principal dentre seus parentes: Ganga Zumba. Pouco depois de retornar ao quilombo, Zumbi já era chefe de um desses mocambos e defendia a região com imensa habilidade. Em 1677, um tal Fernão Carrilho, exímio caçador de negros entrou em ação. Marchando contra Palmares com seus combatentes, Carrilho conseguiu derrubar alguns chefes de mocambos e matar vários quilombolas. Neste ataque, Ganga Zumba foi ferido, mas ainda assim conseguiu fugir. Em decorrência disso, foi levado a aceitar um tratado de paz proposto pelo governador de Pernambuco em que se prometia liberdade apenas aos nascidos no Quilombo. Aos 23 anos, Zumbi rejeitou a paz dos escravistas, paz que garantia sua liberdade - pois nascera em Palmares. Desmoralizado por aceitar a proposta, Ganga Zumba viu-se diante de uma operação dos quilombolas organizados para depô-lo, sob a liderança de Zumbi, que nesse contexto tornou-se o líder maior do quilombo. Ganga Zumba desistiu de tudo, partiu para Cacaú, ao sul de Pernambuco, onde viria a morrer envenenado pouco tempo depois. Acredita-se que tenha sido morto por enviados de Zumbi. Zumbi assumiu o posto de chefe maior e reorganizou toda a estrutura de Palmares. Preparou seus homens para os combates que estavam por vir. Durante esse período, o governador de Pernambuco e a própria Coroa procuraram negociar, garantindo vida ao líder e a seus familiares, caso aceitasse a rendição. Zumbi preferiu lutar a entregar seu povo: sua dignidade não tinha preço. Os senhores de engenho não aceitavam as perdas de escravos, mercadorias muito valiosas; o governo colonial não suportava mais tanta derrota. Foi quando surgiu a idéia de contratar os bandeirantes paulistas, conhecidos por serem grandes desbravadores e verdadeiros assassinos. Na guerra contra Zumbi e o povo de Palmares o sistema escravista pretendia varrer da memória coletiva até a lembrança da existência de possibilidades reais das populações oprimidas construírem uma alternativa à estrutura social baseada na exploração do trabalho forçado. O combatente que representava os civilizados escravagistas:
Domingos Jorge Velho. Após uma primeira derrota, Domingos Jorge Velho iria travar a batalha definitiva no ano de 1694. Antes de completar 25 anos de vida, Zumbi se recusou a desistir de lutar pela liberdade sem adjetivos, concessões ou condições: combateria até o fim. Apesar de toda a violência e da selvageria dos prepostos do sistema colonial, não foi possível derrotar o símbolo do heroísmo do povo brasileiro. Após muitos anos de luta os escravistas não conseguiram submeter a alma dos resistentes. Cada guerreiro morto em defesa do direito à liberdade é um exemplo de que só existimos na plenitude quando somos livres. E morrer nessa luta significa dar a vida pela própria vida. Símbolo da resistência à dominação, Zumbi dos Palmares é referência legada tanto às gerações africanas trazidas ao Brasil quanto aos seus descendentes afro-brasileiros. Mestre na luta pela liberdade, seu vulto se confunde com o caminho para a consciência do povo brasileiro. Acompanhado de um grupo considerável de combatentes fortemente armados, Domingos Jorge Velho se lançou em direção à Cerca Real do Macaco, onde se encontravam Zumbi e todo o seu exército. Grande foi sua surpresa ao encontrar o esquema de defesa montado pelos quilombolas. Muros gigantescos de pedra e madeira formavam três fileiras, seguidas logo após por buracos camuflados com estacas pontiagudas em seu interior. Em seguida, uma outra muralha mais comprida, contava com guaritas que abrigavam atiradores. Amedrontado, Jorge Velho mandou buscar canhões de Recife e construiu, paralelamente à muralha de Zumbi, uma outra muralha. O ataque foi fatal. O grande chefe dos quilombolas foi apanhado de surpresa pelo descuido de um sentinela. Muitos morreram combatendo ou se suicidaram; outros tentaram fugir pelo lado esquerdo da Cerca Real, onde havia enorme precipício. Zumbi foi um dos que conseguiu sobreviver à matança, mas Palmares foi inteiramente destruída. Zumbi comandou seus guerreiros e venceu inúmeras batalhas empregando com talento as técnicas da guerra de guerrilhas. No combate em posição fixa encontrou o fracasso. Perdeu o domínio da Serra da Barriga, onde se estabeleceram - entre disputas e conflitos pessoais - os vencedores: bandeirantes, militares e "homens de bem" de Pernambuco e Alagoas. Só restava uma alternativa: retornar à estratégia da guerra do mato. Eram cerca de mil homens. Os guerreiros foram divididos em dois bandos e foi confiada a chefia de um dos grupos a um companheiro chamado Antônio Soares, que sofreu uma emboscada. Soares foi preso e enviado sob forte escolta para Recife.
Nesse trajeto a escolta se encontrou com uma bandeira, chefiada por André Furtado. Soares foi seqüestrado e por longo tempo sofreu violentas torturas aplicadas por seus captores: queriam que revelasse onde era o esconderijo de Zumbi. Como não obtinha êxito, Furtado mudou de tática: garantia sua vida e liberdade se cooperasse. Deu certo. Soares era da confiança de Zumbi. Foram em sua procura, e quando Zumbi se preparava para abraçar o companheiro, foi surpreendido: Soares cravou-lhe uma faca na barriga. Nos olhos de Zumbi deve ter surgido então um outro brilho: de tristeza e desencanto. Dos seis guerreiros que o acompanhavam, a fuzilaria que saía do mato ao redor derrubou cinco, de imediato. Ferido e sozinho, lutou até o último momento: matou um dos atacantes e feriu outros. Amanhecia o dia 20 de novembro de 1695. Zumbi foi esfaqueado, baleado e mutilado, tendo seu pênis decepado e enfiado em sua boca. Era um homem magro, pequeno e coxo; muito diferente da imagem construída a seu respeito. Seu corpo foi reconhecido pelo padre Antônio Melo, o mesmo que batizara o pequenino Francisco. Segundo o padre, algumas vezes Zumbi desceu a Porto Calvo para visitar seu antigo tutor e numa dessas visitas o guerreiro já estava com a perna afetada por um ferimento sofrido em combate. A violência contra Zumbi não parou aí: sua cabeça foi cortada, mergulhada em sal e mandada para Recife, com a finalidade de ser vista pelo povo que o considerava imortal. Mas isso de nada disso foi suficiente para impedir que renascesse num mito: sua coragem, sua força se tornaram eternas para os que continuaram resistindo contra a escravidão. Assim é que nos muitos quilombos que se formaram pelo Brasil nos séculos seguintes e para os que hoje relembram a sua história de luta, Zumbi permanece vivo na lição de resistência. De forma exemplar, Zumbi encarna os horrores do escravismo. Zumbi permanece vivo na lição de resistência e é - para sempre! - um cadáver insepulto, um morto vivo. Sua lembrança sobreviverá aos tempos que nos obrigam a sonhar, à historiografia oficial que insiste em ignorar sua real importância. Permanecerá como símbolo das atrocidades infindáveis do poder ilimitado, arbitrário, prepotente. Ficará, acima de tudo, como exemplo a todos que resistem à opressão e lutam por liberdade e justiça.
Texto e foto disponível em Bibliografia. www.capoarte.com.br
O Besouro Mangangá
13:51 |
Postado por
Caio Pereira
Manuel Henrique, o Besouro Mangangá, ou Besouro Cordão de Ouro. Assassinado aos 27 anos, em 1920, Besouro era um capoeirista famoso em sua época, muito hábil com as facas e que sempre jogava com uma navalha no pé. Dizem que seu apelido surgiu quando, após arrumar mais uma encrenca com a polícia, desapareceu misteriosamente. Atordoado, um policial perguntou para um dos que assistiram à cena:- "Você viu pra onde foi aquele negro?"- "Vi, sim senhor. Ele virou besouro e saiu voando." A partir desse dia, Manuel Henrique já era Besouro. O Mangangá veio depois. E o apelido novo, Besouro Mangangá, é o nome de um inseto de picada venenosa, tão mortal quanto os golpes do mestre. Besouro era tão respeitado que costumava sair às ruas avisando aos comerciantes que fechassem as portas, pois tinha acabado de decretar feriado. Também era comum vê-lo presenteando um de seus compadres com penas de pavão, arrancadas dos chapéus dos valentões de Santo Amaro, sua cidade. Mas a cultura das ruas não foi suficiente para Mangangá. Ao procurar emprego, levou uma carta de recomendação de um fazendeiro a outro.Sem saber ler, não percebeu que a carta era, na realidade, um aviso para que o fazendeiro matasse o capoeirista. Depois de passar a noite com mulheres da vida, Besouro foi cercado por mais de quarenta homens, que atiraram sem parar. De modo surpreendente, as balas não o atingiram. No entanto foi ferido por uma faca, preparada com ticum especialmente para abrir seu corpo fechado pela mandinga. Chegou ainda vivo ao hospital, mas percebeu que não seria mais o mesmo de antes e preferiu morrer. Besouro Mangangá morreu cedo. Meu Mestre Chibata também. Antes de completar 40 anos, foi vitimado por um câncer fulminante. Deve ter ido se encontrar com seus mestres pra aprender novas histórias e nos contar um dia desses. A palavra capoeirista assombrava homens e mulheres, mas o velho escravo Tio Alípio nutria grande admiração pelo filho de João Grosso e Maria Haifa. Era o menino Manuel Henrique que, desde cedo aprendeu, com o Mestre Alípio, os segredos da Capoeira na Rua do Trapiche de Baixo, em Santo Amaro da Purificação, sendo "batizado" como "Besouro Mangangá" por causa da sua flexibilidade e facilidade de desaparecer quando a hora era para tal. Negro forte e de espírito aventureiro, nunca trabalhou em lugar fixo nem teve profissão definida. Quando os adversários eram muitos e a vantagem da briga pendia para o outro lado, "Besouro" sempre dava um jeito, desaparecia. A crença de que tinha poderes sobrenaturais veio logo, confirmando o motivo de ter ele sempre que carregar um "patuá". De trem, a cavalo ou a pé, embrenhando-se no matagal, Besouro, dependendo das circunstâncias, saia de Santo Amaro para Maracangalha, ou vice-versa, trabalhando em usinas ou fazendas. Certa feita, quem conta é o seu primo e aluno Cobrinha Verde, sem trabalho, foi a Usina Colônia (hoje Santa Eliza) em Santo Amaro, conseguindo colocação.
Uma semana depois, no dia do pagamento, o patrão, como fazia com os outros empregados, disse-lhe que o salário havia "quebrado" para São Caetano. Isto é: não pagaria coisa alguma. Quem se atrevesse a contestas era surrado e amarrado num tronco durante 24 horas. Besouro, entretanto, esperou que o empregador lhe chamasse e quando o homem repetiu a célebre frase, foi segurado pelo cavanhaque e forçado a pagar, depois de tremenda surra. Misto de vingador e desordeiro, Besouro não gostava de policiais e sempre se envolvia em complicações com os milicianos e não era raro tomava-lhes a arma, conduzindo-os até o quartel. Certa feita obrigou um soldado a beber grande quantidade de cachaça. O fato registrou-se no Largo de Santa Cruz, um dos principais de Santo Amaro. O militar dirigiu-se posteriormente à caserna, comunicando o ocorrido ao comandante do destacamento, Cabo José Costa, que incontinente designou 10 praças para conduzir o homem preso morto ou vivo. Pressentindo a aproximação dos policiais, Besouro recuou do bar e, encostandose na cruz existente no largo, abriu os braços e disse que não se entregava. Ouviu-se violenta fuzilaria, ficando ele estendido no chão. O cabo José chegouse e afirmou que o capoeirista estava morto. Besouro então se ergueu, mandou que o comandante levantasse as mãos, ordenou que todos os soldados fossem e cantou os seguintes versos: Lá atiraram na cruz/ eu de mim não sei/ se acaso fui eu mesmo/ ela mesmo me perdoe/ Besouro caiu no chão fez que estava deitado/ A polícia/ ele atirou no soldado/ vão brigar com caranguejos/ que é bicho que não tem sangue/ Polícia se briga/ vamos prá dentro do mangue. As brigas eram sucessivas e por muitas vezes Besouro tomou partido dos fracos contra os proprietários de fazendas, engenhos e policiais. Empregando-se na Fazenda do Dr. Zeca, pai de um rapaz conhecido por Memeu, Besouro foi com ele às vias de fato, sendo então marcado para morrer. Homem influente, o Dr. Zeca mandou pelo próprio Besouro, que não sabia ler nem escrever, uma carta para um seu amigo, administrador da Usina Maracangalha, para que liquidasse o portador. O destinatário com rara frieza mandou que Besouro esperasse a resposta no dia seguinte. Pela manhã, logo cedo, foi buscar a resposta, sendo então cercado por cerca de 40 soldados, que incontinente fizeram fogo, sem contudo atingir o alvo. Um homem, entretanto, conhecido por Eusébio de Quibaca, quando notou que Besouro tentava afastar-se gingando o corpo, chegou-se sorrateiramente e desferiu-lhe violento golpe com uma faca de ticum. Manuel Henrique, o Besouro Mangangá, morreu jovem, com 27 anos, em 1924, restando ainda dois dos seus alunos Rafael Alves França, Mestre Cobrinha Verde e Siri de Mangue. Hoje, Besouro é símbolo da Capoeira em todo o território baiano, sobretudo pela sua bravura e lealdade com que sempre comportou com relação aos fracos e perseguidos pelos fazendeiros e policiais.
Texto e Foto: Disponíveis em Bibliografia www.capoarte.v10.com.br
Texto e Foto: Disponíveis em Bibliografia www.capoarte.v10.com.br
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Trailers dos Documentários de Mestre Bimba e Mestre Pastinha
23:42 |
Postado por
Caio Pereira
21:42 |
Postado por
Caio Pereira
Em 2004 o C.Mestre Marcelo Miranda funda o INSTITUTO CULTURAL BERIMBAU HE CAPOEIRA, com o objetivo de melhorar o trabalho com a capoeira.
Tendo como meta o crescimento e desenvolvimento pessoal, moral e ético de seus membros, e através da valorização e o respeito pela vida, buscamos seriamente formar pessoas boas e úteis à sociedade.
O trabalho com a capoeira em escolas, universidades, academias e até mesmo em praças e locais públicos, projetos que objetivem contribuir e estimular a sociedade.
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